1.
Quantos anos você teria se você não soubesse quantos anos você tem?
Depende.
Se pudesse levar apenas a mim mesma em consideração, diria que 10, como não
poderia e meu parâmetro tem e terá sempre que ser a sociedade em que vivo,
então estou beirando 100 anos, e na hora de morrer.
2. O
que é pior, falhar ou nunca tentar?
Depende.
Se for algo que considero muito importante, que gosto e que quero, então o pior
é nunca tentar; mas se for algo que a mim não importa tanto e que envolve
riscos, como nunca me pejei de ser covarde, concluo que nunca tentar é uma boa
opção.
3.
Se a vida é tão curta, por que fazemos tantas coisas que não gostamos e
gostamos de tantas coisas que não fazemos?
Porque
de outra forma não conseguiremos sobreviver nem mesmo durante essa curta vida.
Chegamos ao mundo e ele já está de determinada forma e é assim que acabamos
tendo que viver, salvo raras exceções. Então, se nasci e vivo em uma cidade e
se preciso ter um teto sobre minha cabeça, roupas e alimentos, sou obrigada a
ter um emprego, por menos que goste disso. Posso adorar desenhar, mas se
ninguém me paga por isso, tenho que trabalhar em outra coisa, seja como
empregada doméstica, seja como secretária bilíngue, depende do nível de
educação formal que consegui ter. Daí esse emprego e essa necessidade de
sobrevivência acabam por tomar meu tempo de tal forma que pouco ou nada consigo
desenhar... e, infelizmente, às vezes, chego até mesmo a esquecer que um dia
desenhar foi o meu maior desejo.
4.
Quando tudo já está dito e feito, será que você disse mais do que fez?
Às
vezes. Ou talvez tenha feito mais do que disse. Há coisas que podemos fazer e
coisas que não podemos, há coisas que podemos dizer e coisas que não podemos. E
há coisas que até podemos fazer mas que não queremos assim como coisas sobre as
quais até podemos falar mas sobre as quais preferimos não dizer nada. Sou
tagarela e falo muito, sou preguiçosa e não gosto muito de fazer coisas que me
aborrecem ou dão muito trabalho, mas, ao mesmo tempo tenho também, como todas
as pessoas, segredos que não revelo nem sob tortura e coisas que faço porque
gosto de fazer. Traduzindo tudo: Não dá para afirmar isso ou aquilo de forma
generalizada.
5.
Qual é a coisa que você mais gostaria de fazer para mudar o mundo?
A
coisa mais impossível de ser feita que posso imaginar: Tornar o mundo um lugar
sem a presença ou existência do mal. Sem cadeia alimentar, sem catástrofes
naturais, sem extremos de calor e frio. Com as pessoas livres, saudáveis e
capazes de viver o tempo que desejassem sem envelhecimento, sem necessidades
que levem à dor ou à morte.
6.
Se a felicidade fosse a moeda nacional, que tipo de trabalho o tornaria
rico?
Ler
e escrever.
7.
Você está fazendo o que você acredita, ou você se contenta com o que está
fazendo?
As
duas coisas. Acho que não se deve desistir da educação e gosto de ser
professora, acontece que está cada vez mais difícil encontrar satisfação real
nessa profissão e quem optou por ela como eu acaba precisando se contentar com
o pouco que tem.
8.
Se a expectativa de vida humana média fosse de 40 anos, você viveria
sua vida de forma diferente?
Se
fosse assim eu já estaria morta. Mas de qualquer forma acho que não teria sido
assim tão diferente. Embora muitas vezes tenha feito exatamente o que quis
fazer, em muitos outros casos, como todo mundo, não tive tantas opções além da
possibilidade de escolher o menos desagradável entre o que era possível fazer,
e outras vezes simplesmente não tive opção nenhuma além de "faça isso ou
morra”.
9.
Até que ponto você realmente controlou o curso da sua vida?
Muito
pouco, muito pouco mesmo. Não controlei onde e em que família nasci. Nunca pude
controlar o que e quem sou, nunca controlei o que gosto e o que não gosto de
fazer ou de aprender, nunca controlei o que as pessoas pensam e sentem sobre
mim. Não controlo o tempo, o horário de trabalho nem a necessidade dele. Mas controlo
meu sorriso e o carinho que dou aos meus alunos, controlo o que digo para os
meus amigos. Controlo a maneira com que demonstro o amor que sinto, mas não o
amor que sinto; controlo a maneira com que executo meu trabalho - embora não
muito - mas não controlo as condições, o apoio, o ambiente ou a necessidade de
trabalhar e, o que é pior: não consigo controlar minhas horas de descanso.
10.
Você está mais preocupado em fazer as coisas direito ou está fazendo as coisas
certas?
Acho
que a gente nunca consegue, honestamente, saber se está fazendo as coisas
certas. O máximo que podemos fazer - e é o que eu faço o tempo todo - é tentar
agir bem, tentar tomar atitudes corretas, que ajudem o maior número de pessoas
possível ou que, no mínimo, prejudique o mínimo de pessoas possível. Essa é a
única maneira que podemos, conscientemente, tentar viver da melhor forma.
11.
Você está almoçando com três pessoas que respeita e admira. Todos começam
a criticar um amigo íntimo seu não sabendo que é seu amigo. A crítica é de
mau gosto e injustificada. O que você faz?
Defendo
meu amigo, claro! Não preciso
12.
Se você pudesse oferecer a um recém-nascido só um conselho, qual seria?
Estude!
13.
Será que você quebraria a lei para salvar uma pessoa amada?
Desde
que a quebra de lei não envolva assassinato ou não prejudique seriamente alguém
que não tem nada a ver com o caso, SIM, eu o faria sem dor na consciência.
14.
Você já viu insanidade onde depois viu criatividade?
Não
que eu me lembre. Mas já ouvi algumas histórias...
15.
Pense em algo que você faria diferente da maioria das pessoas?
Se
eu tivesse muito dinheiro. Enquanto a maioria das pessoas diante dessa
possibilidade falam da(s) casa(s) e do(s) carro(s) que teria, eu penso que não
queria ter casa ou carro. Queria dormir em hotel, comer em restaurantes e
passar pouco tempo, talvez não mais que três ou seis meses, em cada lugar. E
quanto a carro, alugaria e contrataria um motorista. Ao contrário da maioria
das pessoas, não sou apaixonada por carros e não gosto de dirigir.
16.
Como podem as coisas que fazem você feliz não fazerem todos felizes?
Simples,
pessoas são diferentes e têm gostos diferentes! Um dos muitos exemplos que
posso dar é esse: Tem gente que ficaria feliz se pudesse participar ativamente
do mundo da moda, ver e até ajudar a organizar desfiles, estar sempre por
dentro das tendências e todas as coisas, conhecimentos e atividades que
envolvem esse tipo de atividade que, nem sei se todos, mas muitos consideram
como arte. Eu seguramente não me sentiria feliz nesse mundo. Em compensação,
minha noção de paraíso, que bate com a noção de paraíso de Jorge Luís Borges, é
uma imensa biblioteca com todo o tempo do mundo para ler, reler e estudar cada
um dos livros! Um lugar como esse, para muitas pessoas, seria um ambiente
extremamente inóspito, tediante, desagradável; um verdadeiro inferno! Somos
diferentes, e isso não significa, em absoluto, que eu seja melhor ou mais
inteligente do que alguém que prefere o mundo da moda à biblioteca.
17.
Qual a coisa que você não fez e que você realmente quer fazer? O que
está prendendo você?
Nunca
escrevi um livro que as pessoas quisessem ler e que gostassem de ter lido. E
não o fiz porque sou apenas uma pessoa “metida a escritora”, não sou uma
escritora de verdade e não escrevo tão bem quanto seria necessário para que as
pessoas gostassem de me ler.
18.
Você está se apegando a algo que precisa deixar ir?
Não
sei. Talvez à própria vida. Mas não tenho coragem de sair dela enquanto sei que
faria minha mãe sofrer e enquanto desconfio que uma ou outra pessoa que, sem
que eu possa entender por que motivo, me ama e prefere que eu esteja viva.
19.
Se você tivesse que se mudar para um estado ou país além do que você vive
no momento, para onde você iria e por quê?
Essa
acaba sendo uma das razões para a minha afirmação de que a liberdade não
existe: Eu não me mudaria para UM país ou estado, eu me mudaria para todos.
Adoraria ser nômade e poder viver em viagem, estreando um lugar novo a cada,
sei lá, seis meses. Acontece que não tive nunca essa opção, e acho que ninguém
tem, a não ser um herdeiro multimilionário que possa gastar muito e não ficar
sem dinheiro, mas acho que esse não costuma ser o desejo de muitos herdeiros
multimilionários que podem gastar muito e nunca ficarem sem dinheiro. Aliás,
acho que não existem muitos herdeiros multimilionários que podem gastar muito e
nunca ficarem sem dinheiro.
20.
Você aperta o botão do elevador mais de uma vez? Você realmente acredita
que isso fará o elevador chegar mais rápido?
Não.
Nunca faço isso. O que aperto mais de uma vez, mesmo sem acreditar de verdade
que funciona, é aquele botão que tem nos postes e que (teoricamente) serve para
abrir o sinal verde para pedestres atravessarem a rua. Sempre acho que aquilo
não funciona nem se apertar uma única vez, mas mesmo assim, e na dúvida,
aperto. Principalmente o que fica bem no meu caminho para chegar ao trabalho.
21.
Você prefere ser um gênio preocupado ou uma pessoa simples e alegre?
Preferiria
ser um gênio preocupado. Na verdade, eu já sou uma pessoa preocupada, mas,
infelizmente, estou a anos luz de ser um gênio. Queria muito ser mais
inteligente e mais capaz intelectualmente, daí talvez eu pudesse agir de alguma
forma a fim de resolver alguns dos muitos problemas que me preocupam, embora
certamente haveria outros que não me preocupam agora porque não tenho
inteligência suficiente para tê-los detectado.
22.
Por que você está onde está?
Porque
meu marido está onde está. Estou com ele e ele precisou estar aqui por conta do
trabalho. E estou com ele porque o amo e é com ele que quero estar.
23.
Você é o tipo de amigo que quer como amigo?
Não.
Não gosto muito de mim. Acho que sou muito fraca, muito “bundona”, muito
medrosa, muito sem graça e tenho algumas coisas muito irritantes, como a voz e
o jeito de conversar. Nem entendo como pessoas maravilhosas conseguem ser
minhas amigas.
24.
O que é pior, quando um bom amigo se afasta, ou perder o contato com um bom
amigo que mora bem perto de você?
As
duas coisas são igualmente ruins. Não vejo diferença em termos de grau de
“ruindade” entre uma e outra situação.
25.
Qual a coisa pela qual você é mais agradecido na vida?
Depende.
Agradecida a quem? Se for a pessoas, sou agradecida a meus amigos por serem
meus amigos, ao meu marido por ser meu companheiro de sempre, ao meu filho por
ser o ser fantasticamente maravilhoso que ele é, à minha nora por amar meu
filho e fazê-lo feliz, à minha mãe por me amar apesar de todas as decepções que
dei a ela, aos professores que me ensinaram por terem me ensinado, aos autores
dos livros que li por terem me proporcionado tantas horas de prazer, aos
criadores dos bons filmes que vi por outras tantas horas de prazer... Agora, a
coisas abstratas como a vida, coisas inexistentes como deus e a coisas
impessoais como a natureza ou o universo, não tenho nada a agradecer justamente
por serem abstratos, inexistentes e impessoais.
26.
Você prefere perder todas suas velhas memórias ou nunca ser capaz de fazer
novas amizades?
Bem,
as duas coisas vão acontecer fatalmente. Mas prefiro conservar por mais tempo a
memória das pessoas que amo do que a minha capacidade (limitada) de fazer novos
amigos.
27.
Será que é possível saber a verdade sem desafiá-la primeiro?
Sem
dúvida! Nunca desafiei a lei da gravidade para poder adquirir o conhecimento
dela. E esse é um exemplo bem banal, existem muitíssimas outras coisas que
ficamos sabendo sem sequer ter como pensar em desafiar essa verdade. Mas,
certamente, sobre algumas coisas é necessário que se desafie, com ceticismo,
questionamento e estudo, para se chegar a um conhecimento. Isso costuma
acontecer com a religião, o preconceito e o fanatismo.
28.
Alguma vez o seu maior medo se tornou realidade?
Várias!
O maior medo do momento, em um determinado momento, diante de uma situação
tensa se tornar realidade na minha opinião é coisa comum na vida de todos nós.
E em geral é diante dessa realidade do medo concretizado que temos um problema
daqueles que causam sofrimento e exigem atitude, mesmo que essa atitude, por
falta de condições, poder ou capacidade, seja apenas deixar o tempo curar a
ferida.
29.
Você se lembra daquela vez cinco anos atrás, quando você estava extremamente
chateado? Será que aquilo realmente importa agora?
Se
eu me lembro provavelmente é porque importa. Uma chateação desimportante teria
que ter sido esquecida depois de cinco anos.
30.
Qual é a sua memória mais feliz infância? O que a torna tão especial?
Foi
quando descobri - porque meu professor me disse - que eu já sabia ler. Então
contei ao meu pai e ele, sem dizer nada, saiu de casa e voltou pouco tempo
depois me trazendo um gibi do Tio Patinhas.
31.
Em que momento nos últimos tempos você se sentiu mais apaixonado e vivo?
Me
sinto assim muitas vezes. Quando estou conversando com meu filho, quando estou
com amigos muito especiais, quando estou em um momento mais descontraído com
meu neguinho e até, quando estou em casa lendo um bom livro.
32.
Se não for agora, então quando?
Um
dia... ou nunca.
33.
Caso você não tenha conseguido ainda, o que você tem a perder?
Muito...
ou nada. Nem tudo que não consegui ainda foi por não ter me esforçado o
suficiente para conseguir. Pode ter sido por não achar que vale a pena, por
impossibilidade, ou por incompetência mesmo.
34.
Alguma vez você já esteve com alguém, não disse nada, mas depois que se
afastou sentiu que tinha tido a melhor conversa da sua vida?
Não.
Sou muito tagarela. Em geral falo.
35.
Por que as religiões que apoiam o amor causam tantas guerras?
Porque
não apoiam o amor. As religiões apenas têm o discurso, comprado por muitos, de
que apoiam o amor, mas isso não é verdade. Há muitos religiosos que apoiam o
amor, mas não religiões.
36.
É possível saber, sem sombra de dúvida, o que é bom e o que é mau?
Com
toda certeza! Qualquer coisa ou pessoa que contribua para a proteção,
felicidade, saúde e desenvolvimento de uma criança é bom; qualquer coisa ou
pessoa que violente, agrida, prejudique, adoeça ou mate uma criança é mau. E
esse é apenas um exemplo entre muitos.
37.
Se você ganhar um milhão de dólares, você sairá do seu trabalho atual?
Com
certeza! Tentarei fazer algo mais agradável e, principalmente, menos cansativo
e estressante. Gosto de dar aulas, mas seria mais agradável dar aulas para
alunos interessados, como quase não tenho isso e como já estou velha, acho que
com todo esse dinheiro poderia me aposentar.
38.
Você prefere ter menos trabalho para fazer, ou mais trabalho que você realmente
gosta de fazer?
Se
o que tenho a fazer é o que realmente gosto, então não tenho nenhum trabalho a
fazer. A opção melhor aí seria que atrelado ao que gosto de fazer não houvesse
também os “periféricos” e as obrigações: Chefes desagradáveis, obrigações burocráticas
e entediantes, remuneração insatisfatórias, horários e prazos sufocantes...
39.
Você sente como se você tivesse vivido o dia de hoje cem vezes antes?
Não.
Felizmente não. Viver o mesmo dia cem vezes deve ser um tormento. É preciso que
alguma diferença haja entre um dia e o outro.
40.
Quando foi a última vez que você seguiu um caminho apenas com o brilho
suave de uma ideia em que você acreditava fortemente?
Sei
lá, semana passada? Faço isso quase que o tempo todo, tanto no trabalho quanto
no dia a dia. Mas, felizmente ou infelizmente, na maioria das vezes a ideia em
que acreditei fortemente não resulta em um sucesso. Acho que é normal que isso
aconteça com os planejamentos e ideias de abordagem de conteúdo que nós
professores temos, executamos e que os alunos criticam.
41.
Se você soubesse que todos que você conhece morreriam amanhã, quem você
visitaria hoje?
Ninguém.
Eu ficaria com meu marido.
42.
Você estaria disposto a reduzir sua expectativa de vida em 10 anos
para se tornar extremamente atraente ou famoso?
Já
passei dessa possibilidade. Mas, não. Essa nunca foi minha maior ambição, não
acho que valha 1 ano, menos ainda 10.
43.
Qual é a diferença entre estar vivo e realmente viver?
Aprender
ou não aprender. Quem ainda tenta aprender vive, quem estaciona achando que
sabe tudo está vivo.
44.
Quando é hora de parar de calcular riscos e recompensas, e ir em frente para
conseguir o que se quer?
Nunca.
Sempre temos que calcular riscos e recompensas antes de seguir em direção a um
objetivo. Não fazer isso é ser imaturo, irresponsável e burro. Como bem afirma Jean
Cocteau: “A audácia consiste em saber até onde ir longe demais”.
45.
Se aprendemos com os nossos erros, por que estamos sempre com medo de cometer
um erro?
Porque
na verdade nem sempre nossos erros nos ensinam alguma coisa e, principalmente,
nem sempre nossos erros nos ensinam alguma coisa realmente útil. Um exemplo: Eu
e meu marido construímos uma casa e criamos um filho. Nunca fizemos uma segunda
casa e nunca quisemos ter outro filho. Então, muito do que aprendemos com essas
duas atividades, por mais que o resultado, e até o processo, nos tenha dado
prazer (principalmente no caso do filho), o fato é que tudo o que aprendemos a
respeito de construir casas e criar filhos não serve para nada agora. Exceto para
- se quisermos nos tornar dois velhos chatos - ficar dando às pessoas, sobre
como construir casas e como criar filhos, conselhos que elas não pedem, não
querem e não seguirão.
46.
O que você faria de forma diferente se soubesse que ninguém iria julgá-lo?
Andaria
sem roupas. Desde que fui a uma praia de nudismo concluí que roupas são uma
convenção social incômoda, aprisionadora e sem sentido.
47.
Quando foi a última vez que você notou o som da sua própria respiração?
A
última vez que tentei descobrir se estava roncando. Acho que faz algumas
semanas...
48.
O que você ama? Alguma de suas ações recentes expressou abertamente esse
amor?
Amo
ler. Como leio o tempo todo, como todos me veem lendo, sim, minha atitude de
abrir um livro sempre expressa abertamente esse amor que tenho pela leitura.
Fora as muitas vezes que falo sobre minha paixão ou sobre um determinado livro
com meus alunos.
49.
Em 5 anos a partir de agora, você vai se lembrar o que você fez
ontem? E sobre o dia antes disso? Ou
no dia anterior?
Não
sei. Posso não fazer nada muito relevante hoje ou nos próximos dias, ou posso
ter Alzheimer e começar por esquecer esses próximos dias. Ninguém pode saber a
resposta a essa pergunta.
50.
As decisões estão sendo tomadas agora. A pergunta é: Você as está
tomando por si ou está deixando que os outros as tomem por você?
Depende
das decisões. Acho que poucos, ou ninguém, pode decidir todo e qualquer aspecto
da própria vida. Algumas decisões posso tomo sim; outras, em determinados
momentos, prefiro deixar que outra pessoa tome por mim, como deixar que meu
marido decida em qual restaurante vamos almoçar nesse domingo. E há ainda as
que não posso tomar e que outras pessoas tomam por mim, como meu horário de
trabalho, minhas salas, a escola onde trabalho, decisões que só posso tomar
escolhendo entre opções dadas, dentre as quais não consta o que eu realmente
escolheria se pudesse. Por último há decisões que simplesmente não tenho como
tomar, um exemplo são os casos de doença: quem decide o tratamento, se houver,
é e tem que ser o médico, não eu.